Fui feita pra não sujar
E por ironia - ou mero gozo do destino -
Afundei os pés na lama
Já lavei minhas mãos de sangue
Ainda que tenha sido o meu
Não sabia até então
Que logo o vermelho teria gosto de mel
Mamãe olha triste
Pensa onde errou
Se faltou sabão pra me lavar a boca
Papai não se dá o trabalho
E eu me lavo na chuva
Só para deitar na cama
Com cheiro de cachorro molhado
(Débora Paixão)
2 comentários:
Gostei muito. Tem uma força, um riso com dentes travados de ironia e desafio.
Você fica sempre melhor.
você é demais, Mateus!!!
com pesar discordo, com ternura aceito! rs
beijos
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