sábado, 22 de junho de 2019

Eu tenho em mim um amor dos grandes

Eu tenho em mim um amor dos grandes
Mas é mal compreendido
Nem por isso ele murcha
Nem por isso o amor desanda
Meu amor é grande e imenso
E ele marcha pelas ruas
Não fica guardado a sete chaves
Ele é assim, meio arreganhado
Qualquer um pode ver
Muito embora poucos o entendam, coitado!
Mas por ser grande assim nem liga
Elogia desconhecido
Abraça sem intimidade nas vezes em que não se cabe
Ri aparentemente sozinho porque ele sabe
Que as coisas belas (mesmo as tristes)
Guardam sempre outro sorriso
Uns pra já, outros pra depois
Na verdade ele é grande porque foi se acumulando de outros
E segue se reconhecendo
O meu amor é tão grande que é pra sempre
Quando doeu, curou
Quando chorou, libertou
O meu amor é tão grande que o único jeito de ele ser é livre
E ele é de uma liberdade tão grande e de uma grandeza tão libertadora
Que já não pode ser meu
Nem seu
Só lhe cabe ser de si mesmo.

(Débora Paixão)

3 comentários:

Mateus Borba disse...

Que esse Amor se espalhe e volte cada vez maior. E que se traduza nas poesias que só você, que tem o dom de fazer as palavras voarem, pode escrever.

Nielson Alves disse...

...avante!!

Paixão disse...

Acho que minhas palavras tem mais se arrastado que voado, este, de contraditória natureza, parece mesmo ter alçado vôo. Deve ser coisas que um amor desses é capaz.
Saudade, Mateus.

Nielson!!!!!!!!!!!!!!! Que surpresa maravilhosa! Saudade <3