Quero além de saber, conhecer e descobrir...
Quem é aquele enfermo, o Desconhecido?
O que teria Cido a me dizer?
Quero entender o balbucio dos lábios
Quando as palavras se atropelam
Por falta de voz, ou coragem (?)
Olhos que escondem uma história,
Uma vida que esconde experiência
Que grita em silencio na boca muda.
Olhos que entregam dores e desespero
De esperar não se sabe o quê nem quanto
E talvez nem sequer o porquê da espera.
Olhos que me retribuem sorrisos
Que os ingratos lábios não podem dar;
Olhos ridos como estrelas.
Olhos que choram suas lágrimas secas
Que não descem, só ofuscam a realidade
Que tem se posto aversiva ao próprio ser
Como pode um estranho nos fazer tão gente
E impotente, por parecer que é menos,
Sendo que pode ser mais que imaginamos?
É mais que carne, alcance de vista, fato
Transcende as barreiras da minha limitação
E traz o inquieto hábito do desassossego.
Cido, com cara de Bené ou Francisco
Que o nome pouco lhe importa diante a fé
Ajudar com o pouco que posso, preciso.
Que não desista da liberdade ilusória
Este leito não prende sua mente junto a ele
Ela o leva onde as pernas não podem levar.
Os olhos falantes e a boca muda
Mostram mais que o uso tido como certo
E por me ensinar, eu rezo e lhe agradeço
Cido ...
(Débora Paixão)