sábado, 30 de outubro de 2010

ao quadrado

já não insisto
se o saber é vão
desisto

é difícil, mas
se palavra é tudo
resisto

(Débora Paixão)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

venha me deixar

venha me deixar
amor, antes de partir
nem que seja para despir
ou despedir, e peço
que deixe-se um pouco
um pouco em mim
e que de mim leve
os restos, as sobras
o que não quero
se há de voltar um dia
sorria, sem amarelos
de escarlate pintarei
os dias cinzas
enquanto espero


(Débora Paixão)

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

só precisava de um título, animal

-não
-é japonês
-não gostei dele
-de olho verde
-nossa, super pegável hein
AhAhuAAHUAHUAHU

-eu peguei ¬¬
-nossa
bagulho estranho
japones de olho verde
-kkkkkkkkkkkkkkkkkk
-AHUAHUAHUAHUAHU
-mas ele é bonito
-como assim "ele é bonito" ?!
nao é vc a senhora profunda q nao ve blz externa nas pessoas?

-eu vejo sim
não falei que isso é o mais importante
disse só que ele é bonito
vc disse: estranho, eu disse: bonito
-capitalista!
-filhodaputa! :-O
-nossa
minha mae só se prostitui pra pagar minha faculdade
-foda-se
vc é um bastardo vagabundo com idade para se virar
e dar o rabico se quiser
-nossa
eu só dou o rabico pra pagar minha faculdade

-ai eu vou salvar essa conversa
e postar no meu blog

-nossa
vc só salva conversas e posta no seu blog pra pagar sua faculdade...
-se eu ganhasse dinheiro para isso ..
se minha faculdade reconhecesse meus esforços ...
e meu talento
aaah, que bom seria viver

-tem gente q pagaria pelos seus talentos
e caro
-capitalista!
-filhadaputa! :-O


(@marcelsanhez e @debpaixao)

domingo, 17 de outubro de 2010

Minha poesia

A poesia é o que me sustenta
É tudo que me resta
A minha poesia não presta
E mesmo que viva na seca
Enquanto houver poesia
Haverá vida
Até no meio das pedras
Minhas letras serão floridas
(Débora Paixão)

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

haicais

"lágrima caindo
tudo evaporando
eu diluindo"

"a mim, obrigada!
tudo em tanto
e você de nada"
"erva-doce, ameaça
na minha vida
é quase fumaça"

"como quer que seja?
tome o sorvete
eu como a cereja"



(por Débora Paixão)

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Liberdade



by Steven Greaves, in www.nationalgeographic.com
Liberdade, que tantos lutam para conseguir; eu tento, mas tenho apanhado tanto...
Utópica liberdade, se te fizeram palavra foi para que pudesse existir.
E se existe, mostre-se, livre e cheia de graça para que acreditemos.
Ah, liberdade! Se tiver preço, eu pago; contigo seria meu único trato.
Liberdade, liberdade, de tão poética chega a parecer verdade...
(Débora Paixão)

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Meu Amor Passarinho



Pousa em meu ombro
e canta baixinho,
Notas graves e agudas,
Amor passarinho.
Dois bicudos não se beijam,
mas eu sou outro bichinho.
Venha cantar para mim,
Amor passarinho.
Como sempre, bem calminho,
que meu caminho é no chão,
mas o seu é livre e sozinho.
Passarinho é mesmo bonito
quando voa no céu azulinho.
Se quiseres voltar um dia,
para cantar no meu ouvidinho,
hei de esperar-te sorrindo,
Meu amor passarinho...


(Débora Paixão)

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Busque-se

Você já parou para pensar em quanto tempo a vida passa? Esqueça o relógio, calendário. Pergunto sobre o seu tempo. Saberia responder? E enquanto a vida passa o que acontece? Respondo: morre-se. Se mata. Mata o tempo. Tudo. Estamos morrendo, está é a verdade. Todos. A todo tempo. E o tempo não necessariamente existe. Tudo extremamente relativo beira o inexistente. E quantas coisas são? Relativas ...
E por saber que está morrendo agora, ainda mais que antes, pois antes passou e estava vivo, o que você faria diferente? O que você diria? Você não pode mudar o mundo. Como não? O mundo é seu, é você. Você é ele. Você o faz, ele te constrói. Você pode mudar o seu mundo quantas vezes quiser. É só falar diferente, ouvir de outra maneira, ver com outros olhos e pronto. Você tem um mundo novo e ainda seu. Comece a mudar e tudo acompanha. Ah, mas não me venha com auto-ajuda. Não! A vida não segue regras. Não se diz: seja assim! Se quiser não seja. Não ser talvez seja mais seu do que tentar ser o tempo todo. Cada um tem uma coisa própria, que por sua vez chama existência, que dela nasce algo tão próprio quanto ela mesma, chamada essência. O gosto mais puro é o que a gente tem que buscar.
Ei, não é por saber que está morrendo que precisa aceitar a tudo, pois ainda que saiba isso, não se sabe muito. Você sabe quando finda a vida? Poderia saber, mas não queira. Queira ir morrendo no tempo. Morrendo feliz, aos poucos. A gente sabe que a felicidade existe enquanto sente, mas não é por não sentir que ela passa a ser inexistente. A morte, ao invés de tentar entendê-la, que é o que mais se aproxima de saber, questione a vida. Seu sentido. Sua existência. Se encontrar algo, encontrará a si e se saberá ao menos. A tal essência. Mas não tome qualquer conhecimento que seja como absoluto, pois muda. Passa. Voa. Não desista ainda. Caminhe para a sua morte como quem carrega no colo o tesouro da vida, sem saber nada além de si. Mas se busque. Busque a si. Sempre! Ou só enquanto o sempre estiver no porvir...



(Débora Paixão)