terça-feira, 24 de agosto de 2010

Pode ser, ou não!

Pode ser que a maldade nasça com as pessoas, mas pode ser também que ela seja aprendida. A bondade também.
Talvez as pessoas gostem de ser más, vez ou outra... e são. Depois fingem que foi sem querer.
É bem capaz que o bem seja feito na maioria das vezes, nem por vontade própria, mas principalmente pela forma com que os olhos do outro passarão a nos ver.
Pode ser que as pessoas gostem de se fazer de vítimas, mas pode ser que elas sejam realmente vítimas de uma coisa ou outra, uma hora.
Talvez o sentimento de piedade seja tão bom que as pessoas procurem algo para terem piedade de si mesmas.
É bem capaz que o desejo de cometer loucuras nos atormente de forma muito frequente, se for comparado ao desejo de fazer o bem.
O bem é ensinado de muitas formas, a loucura se aprende sozinha.
Nem toda loucura é má, mas, na maioria das vezes, submete alguém a algum risco.
Arrisco ainda em dizer que as pessoas que não se arriscam, sentem muito mais desejo de se arriscar.
Desejos não se controlam. Algumas ações sim.
Talvez o ser humano esteja mais para monstro do que belo. Talvez não.
Pode ser que a vida tenha se mostrado mais amarga que doce, para um, para outro, para muitos, para mim ou para você, certamente para alguém.
Talvez o caminho das nuvens seja feito de pedras que machucam ao pisar descalço, mas talvez seja assim que se deve chegar lá, com calos.
Os calos trariam neles histórias para contar. Trariam dores além das físicas.
Pode ser que as coisas sejam mais do que se possa ver, mas pode ser que seja preciso olhar o que está frente aos nossos olhos.
Talvez o mundo precise reaprender a enxergar as coisas, ou as pessoas precisem reaprender a enxergar o mundo, ou até mesmo as coisas, quem sabe até as coisas precisem reaprender a enxergar outras coisas, outras pessoas, outro mundo...


(Débora Paixão)

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Verbo Atemporal

Como a vela que leva a fumaça
ora cinza, ora preta, vagarinho
para longe ...
O seu perfume viaja quilômetros
e chega a mim aos poucos
e fica.
E de sentir a escuridão se esvai
e aquela solidão temida
se retira.
A luz que outrora apagara
até sempre, desde muito antes,
incendia.

(Débora Paixão)

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Sem espaço pra tristeza

Aqui, na minha poesia
Não cabe tristeza
Tampouco na minha vida...
Quiçá em outros textos,
ou noutra freguesia...
Faça as malas e te manda,
Tem gente que de ti precisa.
Eu não quero você aqui,
Nem por perto e nem de vista
Pode pegar a estrada
e se quiser, morra na pista!

(Débora Paixão)