terça-feira, 30 de novembro de 2010

ando desfazendo ...



ando desfazendo
mais que construindo
mas vou seguindo
mudando a rota
por parvoíce
ou por destino.

(Débora Paixão)

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

I

Por mil vezes me deixaste
Entre pouco mais de mil mãos
Mil vezes te esperei
E de espera, febre e sede
Longos dias, foi que tive
Por mil vezes me detive
Mil vezes não me teve
Poderia ter me tido
Tantas vezes e não fizeste
Me teria até mil vezes
Se ao menos uma viesse

(Débora Paixão)

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Só um dia

um dia eu vou querer
viver um amor desses
com gosto de frio na barriga
desses que os olhos se fecham
que não se reclama

um dia eu sei que vou querer
tocar nesta campanhia
e saber que serei recebida
por alguém que já me esperava
com carinhos e beijos

um dia talvez eu queira
sentar com alguém na varanda
e respirar só pela poesia
para entender o que os poetas
tanto escrevem e eu tanto leio

um dia hei de querer isso
mas agora, eu quero outras coisas
esse amor de contos e tantos
eu deixo pelos cantos
para outros... (por enquanto)

(Débora Paixão)

sábado, 13 de novembro de 2010

A 1ª Estrela

"Primeira estrela que eu vejo
Realize o que eu desejo"

Desejo que meu amado
Sinta o mesmo que sinto
Mas que ao menos ele
Sinta-se realizado

Quero também que me veja
Do mesmo modo como o vejo
Que sua vontade supere
A imensidão do meu desejo

Que ele possa me sentir
Assim, tão certo e tão forte
Como eu posso senti-lo
Tão presente e tão certo

E que o brilho das estrelas-irmãs
Que contrastam com a noite
Iluminem o escuro do meu coração
Que no momento bate estrelado
Com uma plaquinha de ocupado
Sonhando um amor em vão

(Débora Paixão)


Nota: Poema escrito há quase uma década e esquecido, relembrado ao retomar uma caixinha de recordações. Editado em algumas partes, com a idéia original mantida intacta.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Faixa 12 - Artista Desconhecido

Ela pede um pouco de atenção
E às vezes chama
Ele não se preocupa muito
Ele toca violão e canta
Ela desafina do outro lado
Mas não o deixa ouvir
Ele passará a vida a escrever
Mas no momento é ela quem escreve
Ele pede um cadim, um tiquim
Para a possessiva, é tudo "meu"
Ela gosta de ensaiar a cena
Ele gosta de improviso
O espetáculo não tem data
Mas eles não se importam tanto
Ele liga vez ou outra
(mas as mensagens dela ele nunca responde)
Ultimamente ele deu para elogiá-la
Mas isso não a agrada muito
Ele vive de mau-humor
Mas tudo bem, ela é chata
Eles até se gostam
Com tudo isso e apesar
Vocês até diriam que muito
Mas o quanto é algo a pensar

(Débora Paixão)