quinta-feira, 31 de outubro de 2019

31 de Outubro

A ÁGUA da chuva, do mar, do rio, dos lagos e também os peixes, o frio e todos os seres das águas. O seu poder de purificar, sua habilidade indomável de tomar a forma do lugar onde se encontra e sua capacidade encantadora de esparramar-se.
A TERRA, a areia, a grama, as pedras, as raízes, as flores, as árvores, todo alimento ofertado e também toda a fauna terrestre. Seu poder de curar e nutrir, sua habilidade indomável de doar tudo que tem para fazer transformar o que lhe toca. E sua capacidade encantadora de se fazer brotar, nascer.
O FOGO, o sol, o calor, a luz, os raios, mas também os astros. Seu poder iluminar e aquecer, sua habilidade indomável de modificar completamente o estado das coisas que cruzam o seu caminho. E sua capacidade inesgotável de se multiplicar da menor faísca à maior chama.
O AR, o vento, o sopro, os aromas, a respiração, mas também o céu e a sombra. Seu poder de transportar, sua habilidade indomável de expandir qualquer coisa que tente contê-lo. E sua capacidade encantadora de fazer desprender e não conter-se.
À toda natureza eu contemplo e agradeço. Entendo que aqui nada me pertence. Porém, a tudo, pertenço eu.

(Débora Paixão)

4 comentários:

Guy Fausto disse...

Uma vez, imerso em investigações existenciais, eu cheguei à conclusão de que nós não somos nada mais do que a evolução do movimento da água. É sempre bom encontrar mais alguém que respeita tanto esse elemento. Obrigado pelo texto!

Mateus Borba disse...

Pertencemos. Somos parte do todo. E você, menina que faz as palavras voarem, escreveu lindezas de todos os elementos.

Ponha mais belezas para nós aqui.

Paixão disse...

g.f. esse e todos os outros. sou de todos eles, mas sobretudo deste: água!
bjs

Paixão disse...

Ah, Mateus, meu querido amigo! Também adoro te ler e ouvir. Cadê? Saudades <3