você estava lá
guardado com a saudade
apertado no meu peito
aqui no meio
e mais pro canto
e o meu canto
que outrora era
de primavera feito
partiu longinquo
semitonando
semisumindo
e você lá
me seduzindo
em toda lembrança
que vinha de caça
de casa
de vinho
de dança ...
de tudo que hoje
minha mão não alcança
você estava lá
apertado e sem defeito
guardado como pude
e o cheiro do seu perfume
permanece do mesmo jeito
que jeito de dar voz
novos timbres
novos tons
às cores que desbotaram
por quem não mais
borra os meus batons
como cantar
e tirar dos pulmões
o ar que você me tirou
com o chão?
como sentir-me leve
se pesa o mesmo
que a consciência
que a consciência
o buraco no coração?
- Débora Paixão
imagem: www.weheartit.com
10 comentários:
Me parece tão igual, só que não conseguiria expressar tão lindamente!
Tudo por aqui é tão leve...
Eu me vi nas linha de teus escrito, mas jamais conseguiria expressar de forma tão serena!
:)
Você arrasa, ogra!
Incrível este!
Sensacional! Sem mais!
Anônimo não-anônimo
É como se tudo o que você sentisse rimasse. Acho que esse teu peito não bate, declama!
Eu também gostei bastante desse! rs
Obrigada meus caros ...
e Mao Punk, acho que a rima é uma das coisas mais naturais em mim.. tento fugir às vezes, mas em todo poema, ou até texto, sempre tem pelo menos um verso que rima, chega ser esquisito! rs
beijos
"permanece do mesmo jeito
que jeito de dar voz"
ééé...de todo jeito do mesmo jeito...
=)
=o*****
Concordo com o Mao, eu acho suas rimas muito envolventes!
Esse acho que daria música... só um palpite rs
Abraço!
Eu não tenho dom pra música amigos :(
e isso muito me entristece rs
As palavras gostam de você porque você é assim, linda desse jeito inteiro. E por tudo isso você faz essas poesias tão imensas, e por tudo mais que a gente não lê.
Muito bom ler esses pedaços de você que viram versos.
Beijos.
Postar um comentário