sábado, 29 de junho de 2013

Moça do Chapéu


Olhava as coisas a sua volta
Olhava e via tanta vida
Que não dava conta de ver
E cansada se escondia
A moça do chapéu com lenço
Ainda não tinha chapéu
E o Sol às vezes lhe ardia
Às vezes tanto lhe encantava
Que ela cansada, parava
E a admirar até suspirava
Logo depois se escondia
A moça andava e falava
Contava, cantava, rezava
Mas não olhava para dentro
E lá também não tocava
Era lá que ela se escondia
Um dia ganhou um chapéu
E pode sair sob o Sol
Pode ver coisas no céu
E aquilo não mais doía
A moça amarrou um lenço
Pois assim se coloria
E pode sair de casa
E pode sair de dentro
E desprender-se como as folhas
Que voam com o sopro do vento...

(dedicado em agradecimento à J. com carinho)

Débora Paixão

4 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns mais uma vez! Nossa, ficou muito bonito mesmo. Um lirismo encantador que é uma das suas marcas registradas, se faz presente com uma simplicidade marcante! E que máximo para quem ganhou uma dedicatória sua!! Às vezes penso que a vida é uma poesia que vamos escrevendo a cada dia de nossa jornada por aqui, aonde a única variável da equação é a nossa inspiração!

Anônimo disse...

Você é a moça do chapéu?! Sendo ou não, prazer, sou o Chapeleiro Maluco!!! ^.^

Anônimo disse...

"O que você tem, todo mundo pode ter. Mas o que você é, ninguém pode ser." — Clarice Lispector

Paixão disse...

A moça com chapéu é J.

Beijo