sexta-feira, 10 de junho de 2011

Nada


Guardo mais coisas no olhar
Que estrelas, o céu.
Já no peito, nada trago.
Acumulo gotas de chuva
Quando penso em nuvens
Que não passam.
Guardo mais coisas dentro
Que peixes, o mar.
De tudo que guardo,
Muito teimo em não lembrar
O motivo de tê-las guardado;
Que quer seja,
Em qualquer lugar.
Já lhe disse que no peito
Nada trago e nem quero?
Tudo que pesa, que se lance...
Tudo aquilo que rejeito,
Aos poucos, estejam todos
Fora do meu alcance.

- Débora Paixão

3 comentários:

Unknown disse...

Ai ai.... XB

Roberto B. disse...

que seja poesia então.

Mateus Borba disse...

Você dá um jeito de fazer parecer que flutuam as coisas que pesam. Eu gosto.

Beijos.