quarta-feira, 1 de maio de 2013

Para falar das coisas que aprendi

Pensei em escrever um texto das coisas que aprendi na vida, e tentei listá-las para me organizar. E foi aí que aconteceu uma coisa engraçada: todas as coisas que colocava na lista, antes mesmo de passar para a próxima, decidi que não havia aprendido tão bem assim. É isso: de todas as coisas que se pode aprender na vida, a mais dura de todas elas, é certamente reconhecer que nunca se aprende o bastante.
Nenhum assunto é absolutamente dominado pelo conhecimento de alguém. Por mais que se viva, se erre e se aprenda, nunca se erra ou se aprende o bastante, e daí vem a impressão de que uma situação, ou até mesmo uma vida inteira, não foi vivida sequer o suficiente. 
Quantas coisas na vida não foram o bastante? Muitas podem ter sido o suficiente para que entendamos como funcionam, mas nunca o suficiente para aceitarmos que não são como queremos. E queremos mais que o suficiente, pois queremos sempre bastante. E não deveria apenas nos bastar o que cabe num instante?
Tendemos sempre a levar as coisas adiante, e de repente, o corpo vai cansando mais do que se espera pela idade. 
Quanto tempo leva para amadurecermos a ideia de que as coisas, todas, tem início, meio e fim? E que enfim, o tempo de uso está no estalo que a nossa mente sempre percebe e que, na maioria das vezes, o coração é que mente fingindo não perceber e passando a bater mais forte, para que não possamos ouvir mais nada.
Mas nada além do que já não se saiba, das coisas que aprendi na vida, é que sendo ela de apenas uma pessoa não é capaz de mandar recado a terceiros e que as coisas estão para muito além das dualidades.
Toda relação dual, entre o sim e o não, o bem e o mal, o certo e o errado, é na verdade uma coisa só. E por serem todas uma (o que não quer dizer que sejam as mesmas), é que a vida é uma só. E só.

- Débora Paixão

11 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom seu texto, que se continuar assim vai continuar sem erros na sua existência mesmo...rs. O maior aprendizado da vida, é o que está por vir e toda lição é muito válida pois a vida sempre nos acrescenta algo, mesmo quando nos tira alguma coisa. Dê uma chance para ir além no sentido de buscar ser alguém ainda melhor. Pois certamente irá conseguir.

Paixão disse...

Como existir sem errar ou ser sem errar?
Não preciso de conselhos anônimos.
Tenho na vida pessoas de valores que me acrescentam, sobretudo amor em todas as coisas. E dele tiro tudo que preciso.




Anônimo disse...

Não errar é impossível...errar menos depende de nós e nossas escolhas. Se conselho fosse bom, seria vendido, não dado...anonimo ou não. Parabéns pela sua auto-suficiência. E pode desabilitar o comentário anonimo, assim só ficam as pessoas de valores...sejam quais forem estes, visto ser algo subjetivo e que varia de pessoa para persona. Pegou? Não importa, tudo um dia acaba voando...fly away from here.

Paulo disse...

E não deveria apenas nos bastar o que cabe num instante?

Deveria! Mas ficamos cegos com o vislumbre do bastante, que perdemos estes instantes pelo caminho. Mal sabemos que são eles que vestem os fins, as conclusões, os saberes, com sentido. Sem os instantes, mesmo que consiga o que quer, o vazio lhe corrói. Não vivemos o suficiente.

Enfim, o erro cabe no instante, e deve caber! Afinal, nunca sabemos o bastante justamente por sermos errantes...

Perdões por devanear por aqui!

Anônimo não-anônimo (sem conselhos! rs)

Anônimo disse...

Não deveria! Um momento não reflete uma vida, repercute apenas uma situação...que pode influenciar a existência, mas nem sempre de modo definitivo. Alguns devaneios são como um cachorro correndo atrás do rabo: não levam à lugar algum! E não peço perdões pelos meus, nem ninguém deveria, pois se a autora quiser apenas não publica.

Anônimo-anônimo (conselhos que sejam úteis, muitos tentam, mas só alguns tem o dom para tal. Sem rs)

Paixão disse...

Paulo, você é demais! rs
Uma pena que tenha cancelado seu blog :(

Paixão disse...

Sim, A., alguns devaneios são assim mesmo, como os seus ... rs
Parece-me que você não consegue captar bem o que está escrito, ou o que as pessoas querem dizer, e fica querendo tanto ir além que esquece de ver o que está ali, simplesmente.
Não precisa se desculpar por nada, e sinta-se sempre a vontade para se expressar!
Não vou impedir comentários anônimos no meu blog, pois algumas pessoas não assinam por vergonha de dizer algo que geralmente não dizem, nem todas se escondem por covardia... e pode parecer neste caso que não há diferença entre vergonha e medo, mas há. Enfim, você certamente vai distorcer tudo mesmo rs

Anônimo disse...

Obrigado P., esse é o espírito da coisa...rs rs rs!
Sobre a captação, faça a analogia de uma rádio: as ondas estão no ar, cada qual sintoniza a que lhe melhor convier.
Aprecio sua democracia.
Sábia escolha, só sugeri o impedimento, pela forma como reagiu ao "conselho anônimo" que nem conselho foi (não como na vez que gostou!). Hahaha, como pode me julgar assim?!!! Eu vou distorcer tudo?! E se um dia te disser algo que venha de encontro ao que sempre esperou ouvir? Nunca subestime alguém que te considera (já ouviu falar em só dar valor quando se perde algo?!rs)!!! Seja como for, nem sei por que comento no seu blog, enfim, Freud talvez explique...ou não.

Paulo disse...

Paixão
Quanto ao blog, às vezes penso em retomá-lo... Quem sabe? Fico feliz por seu comentário!

Anônimo não-anônimo

Paulo disse...

Anônimo-anônimo mesmo

Ninguém estava discutindo a influência dos instantes na existência... Na minha concepção, faria mais sentido examinar o valor dos pequenos momentos, os quais costumamos ver apenas como uma mera repercussão de situação. Seu comentário apenas reforça a minha ideia que ninguém se importa com as pequenas coisas.

Antes de entrar na casa de alguém, você pede licença. Se você não o faz, o risco de ser inconveniente é grande. Por isso o perdão.
E devaneios nunca dão na mesma: Um cachorro correndo atrás do próprio rabo está em movimento. Ele se propõe a alcançar algo (talvez isso até tenha mais a ver com o que a autora escreveu...)

E a questão do conselho: Eles são ruins, ou os que tem o dom podem dar conselhos bons? Ou depende da argumentação que você vai usar no momento?
No fim, os conselhos são bons ou ruins dependendo da pessoa que os dá e daquela que recebe...

Anônimo não-anônimo

Mao Punk disse...

Mas sempre me deixa encantado com as palavras (ou melhor dizendo: com os sentimentos que se expressam em palavras)! *-*